segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Três e meia


Vejo-te ser o que és.
Não me amargo ou retraio.
Não me mexo e nem falo.
Só vejo.

Vou a favor das marés.
Não mais sou teu lacaio.
Não deixarei meu afago.
Te deixo.

Estou mais vivo e errante
indo assim, adiante.
E não me chegue perante
a falar mais de ti.

Pois sei o que sinto.
Sei que sinto muito.

E sinto muito mais
do que deveria sentir.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Felicidade


Penso num laço,
realização ou um marco.
Sinto-lhe o afago,
do teu corpo, e abarco.

Vivo e revivo os momentos
Libando o poder de coisas vis
É, em excesso claro, o argumento:
Nada mais vale que ser feliz

A felicidade é divina, intocável
Da vida, êxtase mais afável.
Inconsumível em essência.

É a nobreza das sensações,
obsessão dos corações.
É a Senhora da Existência.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Um Garoto, Sua História e o Mundo.



Era uma vez um garoto...
Uma vida a mais no planeta.
Escondido sob sua jaqueta
O mais puro cultivo broto.

Garoto de existência pequena,
Sonhava em ser um artista,
Um daqueles que se valam a pena,
Pra'queles que tem boa vista.

Sabia do que ele gostava.
Gostava do que ele sabia.
Sabia e gostava do que ele
Viria a ser em tal dia.

Com sua história vivia ele afoito,
Mas não sabia o rumo da vida.
Sabia só da entrada e saída
À margem de ter seus dezoito.

Infeliz com o andamento do mundo,
Almejava o viver da Justiça.
Mas se empenhava em ser vagabundo
Enquanto o povo ainda espreguiça.

No entanto, queria uma luz.
Surgindo do brado humano em louvor
Ou que o mundo prestasse o favor
De prestar para ser quem conduz.

Ser quem conduz um mundo sincero
E quem constrói um lugar com esmero.
Não a Casa dos Bobos, número zero,
Nem este inferno terreno e fero.

Mas aguardava artista ser um dia
Reconhecido e aclamado realmente
Por espalhar vitorioso entre a gente
O fervor da digna euforia.


Vivendo a esperar com desejo evidente
Demonstrar aos Homens ser ele fiel
Melhorando o mundo, através do papel
Ao fazer dos Arvosi a divina semente.

Quase Algo



Olha só, olha bem,
veja as cores no céu.
Sei que um dia, outrém,
fez-se lá um escuro véu.

Olha cá, olha zen,
estes rostos ao redor
e feliz faz-te também
retira-me todo o dó.

Vem aqui, ó meu bem.
não mais manche o teu pó.
Sei que choras muito além do que se fosse pior.

Um belo dia já vem
e trazendo-te o melhor!
Que os anjos digam 'amém', já que nunca estais só.

in-Sonho



Graciosa ninfa onipresente
revira os meus sonhos a encantar
expondo as esmeraldas em teu rosto
cintilantes, vem chamando a me juntar;
instintivo sou levado por meu gosto
a querer-te, e a ter-te vou sonhar.

Mulher sem Pudor



Lá vem ela, passando imponente.
Tranquilamente, sabe o que quer.
Ela caminha pra ti, mas não somente,
pois arrasta os desejos de quem vier.

Ah, maldita! Maldita jovem sem valor.
Quando passas, vos arranca a calma.
Exalas o perfume de toda gente o teu odor,
que me enjoa e enoja até o fim da alma.

Ah, desgraçada! Desgraçada mulher sem pudor!
Muito cuidado, sensato senhor,
com a dor do amor de uma noite sem fim.

Cuidado com ela, esta mulher, um pavor!
Que chega e que ama e que deixa um rancor!
Quem dera-me um dia eu ter-te pra mim.

Inevitável Melancolia



Observando, sempre há algo lá.
Alí, embaixo, na espreita.
Mesmo não mostrando-se suspeita,
uma força se oculta no esperar.

Silenciosa, sorrateira, violenta,

como o Kraken nas profundezas, em tal lugar,
esperando que sua vítima se acometa
de no mar do infortúnio navegar.

Passará o tempo, pois te distrais,
e dentre as coisas mais naturais,
melancolia na tu'alma irá fincar.

Surpreendendo-te no desatento,
tal qual o Kraken, o mais sedento,
em dado momento, atacará.